Joio no meio do Trigo
Por: Paulo Feijão
Por: Paulo Feijão
Foto:Marcio Rossi
Publicamos com Louvor o News do nosso amigo Paulo Rogerio Bettiol - O Feijão. No link http://www.obiercevando.com.br/conteudo_ver.php?id=90
O conceito de microcervejaria no Brasil está extremamente relacionado a um significado: cerveja diferenciada. Este significado é bem visto por quem está procurando o “novo”, afinal, degustar a cerveja produzida por uma microcervejaria é a esperança de desbravar o desconhecido, tomar um novo produto, diferenciado, traduzindo: tomar uma ótima cerveja. Porém esta história linda e romântica não é feita somente de alegrias e bons mocinhos.
É fato que o mercado de cervejas “especiais” está em franca expansão, graças a diversas empresas e pessoas comprometidas com o desenvolvimento da cultura cervejeira no país. Graças a este crescimento, especuladores de plantão também estão entrando na onda cervejeira e criando marcas e produtos para ingressar no mercado das cervejas gourmets, ou então cervejas especiais, será então, cerveja artesanal?Começa dai este trabalho, talvez impróprio, para o mercado. Afinal a cerveja é gourmet, especial, premium ou artesanal? Vide os novos rótulos, seja ele de uma pequena ou de uma grande cervejaria. Estas “designações” só servem para confundir quem se interessa por cerveja e também para dar mais trabalho para quem escreve, pesquisa ou até mesmo produz cerveja de verdade. Uma coisa é certa, cerveja é cerveja, pronto e acabou. Arrisco dizer que o termo mais aceitável é “artesanal”, pois serve para diferenciar a pequena da grande produção.
O pouco conhecimento destes empresários, especuladores, muitas vezes resulta em produtos com pouco diferencial e com baixa qualidade. O detalhe é que levam cravados em seu logotipo ou rótulo, a palavra “artesanal”.
O consumidor que começa a se interessar pelo assunto, que eventualmente degusta uma cerveja “diferenciada”, se depara com um novo rótulo ou então um novo chopp e pede para experimentar, afinal a propaganda diz que é artesanal. Depois da experiência vem a surpresa. O produto está fora do padrão, pode estar com algum defeito ou então fala-se que é pilsen e não tem lúpulo, fala que é Weiss e não tem aroma e paladar da mesma. O que este consumidor faz? Toma novamente para tirar a prova? Talvez nunca mais ele deguste outro produto artesanal, ou seja, todo o trabalho de formiguinha dos fomentadores do mercado vai por água abaixo. Para um cliente satisfeito falar bem do produto, ele ira passar adiante para mais ou menos 05 pessoas, só que para reclamar deste produto pode ter certeza que levará a pelo menos 15 pessoas.
Pelo pouco conhecimento que infelizmente a maioria dos consumidores brasileiros ainda possui, existe a possibilidade de ele gostar do produto mesmo em condições desfavoráveis para consumo. Chegamos ao ponto de uma pessoa com um pouco mais de conhecimento degustar e comentar ao “proprietário” da cervejaria que determinado produto apresenta algum problema, e nem ao menos ser ouvido. Este proprietário tem como única referência dos seus produtos, seus clientes. Se eles gostaram, tá bom. E tem mais, comumente se ouve deles: “- Nosso produto é assim mesmo...”. Inaceitável este tipo de postura, visto que é obrigatório no cenário atual, cada cervejaria fazer sua lição de casa e fazer um trabalho de educação do consumidor.
Pelo pouco conhecimento que infelizmente a maioria dos consumidores brasileiros ainda possui, existe a possibilidade de ele gostar do produto mesmo em condições desfavoráveis para consumo. Chegamos ao ponto de uma pessoa com um pouco mais de conhecimento degustar e comentar ao “proprietário” da cervejaria que determinado produto apresenta algum problema, e nem ao menos ser ouvido. Este proprietário tem como única referência dos seus produtos, seus clientes. Se eles gostaram, tá bom. E tem mais, comumente se ouve deles: “- Nosso produto é assim mesmo...”. Inaceitável este tipo de postura, visto que é obrigatório no cenário atual, cada cervejaria fazer sua lição de casa e fazer um trabalho de educação do consumidor.
Outro detalhe importante é à moda da Reinhtsgebot ou Lei alemã da Pureza nas microcervejarias. É óbvio que a lei é super importante e segue quem quer, mas associar cerveja boa à Lei é hipocrisia. Pois a lei não pode determinar, apesar da utilização dos ingredientes básicos, se a cerveja é boa ou ruim. As cervejarias pelo mundo inovam cada vez mais, seguindo ou não a lei, lançando produtos fantásticos. Então porque se prender a ela? Talvez porque a mão de obra no Brasil se resume a poucos cervejeiros que educam aos investidores que a lei vai ser o diferencial do negócio, isto está por fora. Está faltando cervejeiros novos e ousados no mercado? Porque então não apostar nos cervejeiros caseiros? Investindo na educação técnica, profissionalizando o cervejeiro. Respeito com a voz da experiência sempre será necessário, agora ficar parado no tempo, porque antes era assim e assim que tem que ser, não dá. Cada um tem livre direito em montar o empreendimento da forma que preferir. Mas o que estamos vendo são muitas microcervejarias sem qualquer tipo de proposta, ou seja, sem saber aonde querem chegar, será que a Lei de Pureza já não está estagnada no nosso mercado? Será que não é necessário conhecimento de toda a história da cerveja, seus estilos e particularidades por parte dos proprietários? Será que o consumidor não enxerga nada além da tropa “redonda” de “guerreiros” das grandes cervejarias?Tá mais do que na hora do consumidor brasileiro tomar a frente e começar a exigir um pouco mais, pois ninguém gosta de comida sem sal e sem tempero, por que com a cerveja tem que ser assim?
Vide as cervejarias que estão tendo seu trabalho reconhecido, vejam como estudam sobre cerveja, como seus produtos tem características próprias e acima de tudo, como seus proprietários amam o que fazem. Não adianta termos 120 microcervejarias no Brasil, sendo que contamos nos dedos das mãos as que fazem cerveja de verdade.
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