quarta-feira, 2 de junho de 2010

Indústria Cervejeira


Copa é como um mês extra para indústria de cerveja
Durante o mundial de futebol na África do Sul, período de inverno no Hemisfério Sul, vendas devem ser similares às do verão
AE 27/05/2010 09:47


Assistir a um jogo de futebol acompanhado de uma cerveja gelada é quase uma instituição para o brasileiro. E as empresas de bebidas apostam na mistura dessas duas paixões nacionais para faturar durante a disputa da Copa do Mundo. "Com a Copa, é como se tivéssemos um mês a mais de verão no ano", ressalta Enio Rodrigues, superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv).

A observação não é à toa: o consumo de cerveja é muito maior nos meses de calor. Segundo o Sindicerv, os meses de dezembro e janeiro concentram entre 10% e 11% das vendas de cerveja do ano cada um. Durante a Copa do Mundo, que será disputada entre junho e julho na África do Sul - período de inverno no Hemisfério Sul -, as vendas devem ser similares às dos meses de verão. "Em junho, o esperado é cerca de 6% a 7% do consumo anual, mas agora, com a Copa, esperamos que atinja a marca de dezembro a fevereiro. Com isso, há uma projeção de que o ano terminará com crescimento de 7% a 10% das vendas de cerveja, quando o ritmo de crescimento tem sido de cerca de 5% ao ano do mercado nacional", aponta Rodrigues.

Segundo a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), ainda não é possível fazer uma estimativa completa do aumento das vendas, porque há uma série de variáveis que podem influenciar o resultado do setor. Entre eles estão o clima, a condição econômica do País e até mesmo o desempenho da seleção brasileira na competição. Otimista, Rodrigues acredita que as vendas para o consumidor vão aumentar, assim como o consumo em bares e restaurantes. "Quem não estiver fazendo o churrasco em casa vai a um bar assistir aos jogos no telão", afirma. "Esperamos um boom geral no consumo."


Para aproveitar o potencial crescimento do consumo, as grandes cervejarias apostam em ações de marketing agressivas. Embora nenhuma delas divulgue a projeção do aumento de vendas, todas acreditam em alta do faturamento. A maior das cervejarias, a AmBev, foi mais longe e emplacou uma de suas marcas, a Brahma, como patrocinadora oficial do mundial. Segundo a empresa, a cerveja estampará sua marca nos jogos do Brasil e terá como foco principal, apesar da exposição no exterior, o mercado nacional.


Nas campanhas, a Brahma vai apresentar embalagens especiais, decoradas com uma armadura - já que o slogan da marca evoca o lado guerreiro dos jogadores. Outra marca da AmBev apresenta a maior novidade em relação ao marketing: a Skol está lançando, por conta da Copa, as "latas torcedoras". Com um mecanismo de som que é acionado quando for aberta, a lata passa a gritar cinco cantos de torcida. Ao todo, serão confeccionadas 150 mil latas torcedoras.

Outras bebidas

Mas não é apenas o mercado de cervejas que espera aumento nas vendas. Refrigerantes e outras bebidas alcoólicas também devem pegar carona na Copa do Mundo. Por isso, as empresas apostam no marketing relacionado ao futebol. A Coca-Cola, que é uma das principais patrocinadoras do Mundial desde a edição de 1974, usa a competição para impulsionar as vendas em todo o mundo.

No mercado de bebidas alcoólicas, a Smirnoff lançou latas da bebida Smirnoff Ice com um rótulo alusivo ao torneio, decorada com as cores do Brasil. Também foram lançados kits de torcedores com a Smirnoff Ice ou com uma garrafa tradicional da vodka, somada a aperitivos como salgados, batata frita e amendoim, além de suco de frutas para drinques. A Smirnoff Ice também estará cerca de 20% mais barata durante a Copa. Tudo para tentar roubar o posto da cerveja como a companheira preferida do brasileiro nos jogos de futebol.


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