terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa do Mundo III

Durante os jogos, consumo deve ser de 10% a 11% das vendas da bebida no ano inteiro

Para a indústria da cerveja, a Copa será um novo verão
Até na produção artesanal, previsão é de 30% de aumento no consumo no país
Helenice Laguardia

Apesar de preferirem o silêncio quando questionado sobre o aumento das vendas, se depender da animação do torcedor brasileiro, o mercado de bebidas, que vende 14 bilhões de litros por ano, vai faturar, e alto, nesta Copa.

Em Belo Horizonte, a escolha de muitos consumidores é a casa de amigos para assistirem aos jogos. E dá-lhe cerveja, vodca, energético, refrigerantes, sucos e o que mais a imaginação permitir nos dias de jogos e comemorações.

O motorista de caminhão Adão Geraldo dos Santos, 39, vai se unir a outros 20 amigos, na casa de um deles a cada dia. "O pessoal tem sede e não é pouca coisa não", brinca o torcedor sobre os litros de cerveja que ele e os amigos pretendem tomar durante os jogos da Copa.
A turma de Adão consome, em cada jogo, cerca de 10 a 12 engradados de cerveja. "Principalmente nos jogos da tarde vamos continuar a farra depois da partida, também com uma cachacinha", admite, ampliando o cardápio de bebidas.

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), os meses de dezembro e janeiro concentram entre 10% e 11% das vendas de cerveja do ano, cada um. Quando junho chega, o consumo cai para cerca de 6% a7% do consumo anual de cerveja. Mas em ano de Copa do Mundo, tudo é diferente, mesmo no inverno. "Esperamos que atinja a marca de dezembro a fevereiro. Há uma projeção de que o ano terminará com crescimento de 7% a 10% das vendas de cerveja, quando o ritmo de crescimento tem sido de cerca de 5% ao ano do mercado nacional", explicou o superintendente do Sindicerv, Enio Rodrigues.

Bom para as cervejas industriais, melhor ainda para as artesanais. O diretor do Sindicato da Indústria da Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas, Marco Antônio Falcone, informou que durante o período da Copa o aumento é de 30% no consumo de cervejas artesanais. "Vamos para 650 mil litros por mês na Copa em Minas Gerais", calculou. O consumo da cerveja artesanal no Estado, em meses sem Copa, é de 500 mil litros. "A gente também pega carona nessa onda", garantiu Marco Antônio. Ele explicou que os bares que oferecem cervejas artesanais são poucos. "Nas industriais, as artesanais não entram por causa do monopólio. Então, as cervejas industriais devem dobrar as vendas", previu Falcone que também é diretor da Associação dos Cervejeiros Artesanais de Minas Gerais. Nas vendas, as cervejas artesanais representam apenas 0,2% do total vendido no Brasil. "Ocupamos uma parcela muito pequena na cadeia", admitiu.

Empolgação- Os meses de dezembro e janeiro concentram, cada um, entre 10% e 11% das vendas de cerveja do ano.- Em junho, mês de inverno, o consumo fica entre 6% a 7% do consumo anual.- Mas no mês da Copa, consumo se assemelha aos meses de dezembro até o mês de fevereiro. - O ano deve terminar com crescimento de 7% a 10% das vendas de cerveja.- Em um ano normal, o ritmo de crescimento tem sido de cerca de 5% ao ano do mercado nacional.- Comércio e serviços abrirão 6.000 vagas temporárias.

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