sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lei Seca




O Bairro de Lourdes, Centro-Sul de Belo Horizonte, que abriga umas das maiores concentrações de bares da cidade, conheceu ontem o rigor do novo modelo de fiscalização de tráfego. Em apenas 15 minutos de blitz, dois motoristas foram pegos por dirigir alcoolizados e um por porte de maconha.

Foi a segunda ação experimental realizada pelo Comitê Gestor de Trânsito (CGT), criado em fevereiro pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para garantir, entre outros pontos, o cumprimento da Lei Seca em Minas. O alvo de ontem foram motoristas que circulavam pela Rua Santa Catarina, no quarteirão entre as ruas Antônio Aleixo e Felipe dos Santos.

“Essa é mais uma blitz que serve como teste desse programa maior de prevenção e educação. Em três semanas devemos oficializar essa grande campanha, que tem como alvo o combate ao uso de bebida alcóolica por motoristas, uma vez que os acidentes de trânsito deixam mais vítimas que os homicídios”, disse o secretário de Defesa Social, Lafayete Andrada, que preside o CGT. O administrador de empresas Walter Ribeiro, de 39 anos, um dos condutores parados na ação, elogiou a iniciativa. “Esse tipo de fiscalização garante a segurança de pessoas que saem com suas famílias. Tem que haver cada vez mais.”

Com inspiração do modelo de fiscalização adotado no Rio de Janeiro, agentes das polícias Militar e Civil, Departamento de Trânsito (Detran/MG) e do Juizado da Infância e Juventude participaram da ação, que serve como teste da infraestrutura a ser adotada no novo projeto integrado de blitz, previsto para começar efetivamente no mês que vem. A operação de ontem foi a primeira em área urbana, já que o teste inicial do novo modelo, no fim de semana passado, ocorreu na BR-040, na altura do Viaduto da Mutuca, com a participação de aproximadamente 40 policiais. Na oportunidade foram vistoriados 130 veículos, com aplicação de 14 multas (pela constatação de alcoolemia ou problemas de documentação). Seis carteiras de habilitação foram apreendidas, diante da recusa dos condutores de fazer o teste do bafômetro, e três motoristas foram detidos por suspeita de embriaguez. A multa para quem dirige alcoolizado é de R$ 950.

Em fevereiro, conforme antecipou o Estado de Minas, uma comissão de autoridades mineiras foi ao Rio de Janeiro conhecer o modelo bem sucedido da Operação Lei Seca, que reduziu o número de mortes no trânsito no estado vizinho com ações de fiscalização, repressão e conscientização. Desde o início das ações, em março de 2009, 5,2 mil vidas foram poupadas no trânsito fluminense. Nas cidades que compõem a Grande Rio, o total de multas aplicadas a motoristas que afrontam a proibição de beber antes de dirigir é 6,5 vezes maior que o número de flagrantes registrados nos 853 municípios mineiros pelo mesmo motivo.

No ranking de redução de mortes no trânsito, o Rio aparece na primeira posição e Minas está entre os últimos estados da federação. Depois de conhecer a experiência do Rio, o Comitê Gestor de Trânsito (CGT), criado por decreto do governador Antonio Anastasia, tem se reunido semanalmente para discutir estratégias visando a redução das mortes no trânsito em Minas. O CGT é formado por representantes de 30 órgãos ligados ao trânsito.

A Secretaria de Defesa Social informa que o programa de fiscalização será implementado inicialmente na capital e região metropolitana, partindo para cidades de maior porte, como Juiz de Fora (Zona da Mata), Governador Valadares (Vale do Rio Doce), Montes Claros (Norte) e Uberlândia (Triângulo), até que chegue a 40 municípios mineiros de médio porte.

Um comentário:

Jaque disse...

Pessoal, fiquem atento. Não é brincadeira. Esta vai ser uma bandeira do Secretário de Defesa Social Lafayette Andrada com quem eu trabalho.

 
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