segunda-feira, 8 de março de 2010

Cervejas de Frutas

Cupuaçu ou manga? Pesquisadores paraenses criam cerveja com sabor de frutas
Cotidiano
03/01/10 às 09h31min
Retransmitimos a reportagem do Diário do Pará.

Pará - Loira, gelada, com álcool, sem álcool, de chocolate, light. Ela possui vários tipos e denominações e tem pelo menos dez mil anos de existência, sendo apreciada primeiramente pelos povos da antiga Mesopotânia e pelos egípcios.

Assim é a cerveja, bebida cujo consumo aumenta 0,28% no Brasil, sempre que aumenta o calor.Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), que indica o Brasil como quarto maior consumidor de cerveja no mundo, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Alemanha. Na região Norte, em que as temperaturas ultrapassam os 34 graus, muitos se rendem à apreciação da bebida.Pesquisadores do curso de Tecnologia Agroindustrial da Universidade do Estado do Pará (Uepa), após um trabalho de conclusão de curso, passaram a desenvolver cursos de extensão que ensinam a arte de produzir cerveja em casa, com baixo custo e fácil produção. Tudo com uma diferença: elas podem ter o sabor de frutas regionais, como cupuaçu, bacuri e manga.“Para se ter uma boa cerveja, basta a cevada, lúpulo, levedura e uma boa água. A fabricação é muito simples, já realizamos com sucesso a produção de cervejas de frutos da região, e também de maçã, acerola, morango e abacaxi. Em princípio, pode ser feita cerveja de qualquer fruta”, diz Marcos Eger, pesquisador responsável pelos cursos.As cervejas produzidas no curso possuem um teor alcoólico de 1,3 a 5%. Até agora, a produção realizada nos laboratórios de tecnologia se limita a 20 litros, ou seja, 33 garrafas de 600ml.Com a fabricação caseira, pequenos produtores do estado poderiam se beneficiar da criação de microcervejarias de frutas regionais. “Na Alemanha, por exemplo, não existem grandes cervejarias, o que existe são pequenas cervejarias que atendem a pequenas regiões. Se fabricada no interior do estado, por exemplo, teríamos um produto próprio, de baixo teor alcoólico, rico em proteínas e que pode gerar um bom lucro, já que o custo é pequeno e pode ser vendido por um valor mais baixo do que o cobrado por outras cervejas”, diz.

De acordo com o pesquisador, o mais importante na fabricação caseira da cerveja é a higiene. “Para uma produção pequena e caseira, com muita higiene e cuidado, após sete dias fermentando dentro da garrafa é só abrir e apreciar, já que nesse caso a produção não deve ser armazenada, e sim consumida após pronta. Já para ser comercializada, há uma série de análises, especificações e normas a serem cumpridas para que essa cerveja passe a ser vendida”, esclarece.A próxima ação é aproximar as comunidades do interior junto aos núcleos da Uepa neste projeto. Já foram realizados cursos em Belém, Paragominas, Marabá e, recentemente, em Cametá, onde os pesquisadores convidaram os empresários locais para experimentar a cerveja de acerola.A cerveja é produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada, e acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas com álcool a serem desenvolvidas pelo ser humano. A produção da cerveja tem um total de 15 etapas, que vão desde a separação dos grãos, moagem e maltagem, até a fervura, mosturação, pasteurização e armazenamento.

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