segunda-feira, 4 de maio de 2009

O estilo AmBev nos EUA

Matéria do Wall Street Journal (publicado pelo Valor) sobre o terremoto que o estilo AmBev provocou na tradicionalíssima Anheuser-Busch Cos. (íntegra no clipping diário)

Em seis meses, a InBev transformou a empresa familiar gigante e pouco preocupada com gastos numa firma determinada a cortar custos e ampliar as margens de lucro, e que agora está revendo sua maneira de vender cerveja.

Os novos donos cortaram empregos, reformaram o sistema de remuneração e eliminaram benefícios que haviam transformado os funcionários da Anheuser-Busch em objeto da inveja de outros na cidade e em outras fabricantes de cerveja.

Os executivos acostumados a voar em primeira classe ou em jatos particulares agora viajam em classe econômica. Regalias como ingressos para eventos esportivos de repente tornaram-se escassos. Os funcionários agora são instruídos a usar os dois lados das folhas de papel na impressora.

Os fornecedores não ficaram de fora. A empresa resultante da fusão, Anheuser-Busch InBev NV, informou aos fornecedores de cevada, às agências de publicidade e a outros que quer um prazo de 120 dias para pagar as contas. A cervejaria, empresa com uma rica história de anúncios de cerveja memoráveis, eliminou alguns acordos de publicidade esportiva que eram o centro do marketing da antiga Anheuser-Busch.

Para os empregados, as mudanças não têm sido fáceis de engolir. Alguns se vêem com mais carga de trabalho por causa das demissões, estão ansiosos quando à segurança no emprego ou frustrados com a ênfase diária em corte de custos, dizem pessoas próximas à empresa. Ex-executivos dizem que os funcionários sentem-se menos reconhecidos numa política de poucas regalias.

A resposta da InBev: é mais eficaz fazer “mudanças dramáticas radicais” do que graduais, disse uma porta-voz da empresa, que tem uma história de muitas fusões e aquisições. Perguntado se o moral da equipe havia sido afetado, Dave Peacock, executivo que, depois de 40 anos de Anheuser-Busch agora dirige a divisão dos Estados Unidos, disse: “Acho que há, provavelmente, um pouco de verdade nisso (…) Algumas pessoas reagem muito bem, outras têm dificuldade.” Voltando ao mesmo assunto mais tarde, numa entrevista para o Wall Street Journal, ele disse que a nova empresa recém-saída da fusão “é como uma empresa iniciante (…) Anima algumas pessoas e desanima outras”.

Nenhum comentário:

 
.